A arte barroca originou-se na Itália (século XVII), mas não demorou a se espalhar por outros países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis. As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas do Renascimento procuraram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista. É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar forças antagônicas (opostas): bem e mal; Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo; espírito e matéria.
Suas características gerais são:
• emocional sobre o racional; seu propósito é impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio.
• busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas;
• entrelaçamento entre a arquitetura e escultura;
• violentos contrastes de luz e sombra;
• pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida.
Pintura
• Composição assimétrica, em diagonal - que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista.
• Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) - era um recurso que visava a intensificar a sensação de profundidade.
• Realista, abrangendo todas as camadas sociais.
• Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática.
Dentre os pintores barrocos italianos:
Michelangelo Merisi da CARAVAGGIO (1571-1610): o que melhor caracteriza a sua pintura é o modo revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece como reflexo da luz solar, mas é criada intencionalmente pelo artista, para dirigir a atenção do observador.
Obra destacada: Vocação de São Mateus.
Caravaggio. Vocação de São Mateus. 340 x 322cm, óleo sobre tela.. 1599-1600. Igreja São Luís dos Franceses, Roma, Itália. |
Andrea POZZO (1642-1709) realizou grandes composições de perspectiva nas pinturas dos tetos das igrejas barrocas, causando a ilusão de que as paredes e colunas da igreja continuam no teto, e de que este se abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os Inícions para a santidade.
Obra destacada: A Glória de Santo Inácio.
A Itália foi o centro irradiador do estilo barroco. Dentre os pintores mais representativos de outros países da Europa, temos:
Pozzo. A Glória de Santo Inácio. c. 1688. Teto da Igreja de Santo Inácio de Loyola, Roma, Itália. |
Diego VELÁZQUEZ (1599-1660) (espanhol): além de retratar as pessoas da corte espanhola do século XVII procurou registrar em seus quadros também os tipos populares do seu país, documentando o dia-a-dia do povo espanhol num dado momento da história.
Obras destacadas: O Conde Duque de Olivares, As Meninas, As Fiandeiras.
Peter Paul RUBENS (1577-1640) (flamengo): além de um colorista vibrante, se notabilizou por criar cenas que sugerem, a partir das linhas contorcidas dos corpos e das pregas das roupas, um intenso movimento. Em seus quadros é geralmente no vestuário que se localizam as cores quentes - o vermelho, o verde e o amarelo - que contrabalançam a luminosidade da pele clara das figuras humanas.
Obra destacada: O Jardim do Amor.
Velázquez. Retrato do Conde-Duque de Olivares. 203 x 106 cm, óleo sobre tela, 1624. Museu de Arte de São Paulo (MASP), São Paulo, Brasil. |
Velázquez. A Família de Filipe IV (mais conhecido como As Meninas). 310 x 276 cm, óleo sobre tela, 1656. Museu do Prado, Madri, Espanha. |
Velázquez. A Fábula de Aracne (mais conhecido como As Fiandeiras). 222,5 x 293 cm, óleo sobre tela, c. 1657. Museu do Prado, Madri, Espanha. |
Obra destacada: O Jardim do Amor.
Rubens. O Jardim do Amor (também conhecido como O Jardim das Graças). 198 x 283 cm, óleo sobre tela de lona, 1630. Museu do Prado, Madri, Espanha. |
REMBRANDT vai Rijn (1606-1669) (holandês): o que dirige nossa atenção nos quadros deste pintor não é propriamente o contraste entre luz e sombra, mas a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa.
Obra destacada: Aula de Anatomia.
Rembrandt. A Aula de Anatomia do Dr. Nicolaes Tulp (mais conhecido como Aula de Anatomia).216,5 x 169,5 cm, óleo sobre tela, 1632. Real Galeria de Pinturas de Maurishuits, Haia, Países Baixos. |
Suas características são: o predomío das linhas curvas, dos drapeados das vestes e do uso do dourado; e os gestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.
Gian Lorenzo BERNINI (1598-1680) (italiano): arquiteto, urbanista, decorador e escultor, algumas de suas obras serviram de elementos decorativos das igrejas, como, por exemplo, o baldaquino e a cadeira de São Pedro, ambos na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
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